HISTÓRIA DO CLUBE POLIGLOTA NO BRASIL - Parte 2. Aber aller Anfang ist schwer!
TEXTO ESCRITO PARA O SITE DE FORTALEZA
revisto por Juliano Timbó
“Fortaleza"Clube Poliglota Fortaleza, o devaneio que se
concretizou!"
Em meados de 2012, vi
um panfletário no pátio do Anexo do Teatro José de Alencar, e nele
havia um cartaz sobre Formação de Plateia. Eu não sabia do que se tratava,
mas como já havia iniciado minhas atividades teatrais, que dependem do público
e da platéia, imaginei que fosse algo bom. Era um grupo de
estudos sobre o tema que estava se formando. Entretanto outra informação
prendeu fortemente a minha atenção. Dentre os pré-requisitos mencionou-se
domínio da leitura em língua inglesa. Pensei: “Hum, faz tempo que não pratico”.
Movido pelo impulso desejoso da prática do idioma e também pela curiosidade do
que seria a Formação de Platéia, anotei os e-mails de contato e logo me
conectei com os promotores do grupo: Ricardo Pamplona e Roberta. É um tema
pouco explorado no Brasil, mas de fundamental importância para qualquer evento
cultural. E não somente isso.
Meses depois, já no início de 2013,
conversando com Ricardo a caminho de uma das reuniões, falei sobre uns vídeos
que havia visto no YouTube sobre um grupo de Paris chamado The Polyglot Club
que se encontrava para conversar em diferentes idiomas de forma livre,
espontânea e gratuita. Eu disse: “Como seria bom ir a Paris conhecer este
grupo”, então Ricardo me interrompeu dizendo: “Por que não fazer aqui?”
“Por que não?” Realmente, eu tinha me esquecido da possibilidade de caçar
diamantes no próprio quintal. Diante da genialidade da ideia, nós nos
propusermos a trazer a iniciativa para Fortaleza. Procurei em quase todas
as mídias sociais para ver se já existia algo parecido em Fortaleza. Nada.
Resolvemos então iniciar as atividades.
Ricardo sempre tinha sido
um bom conhecedor da cidade, e sugeriu marcarmos o primeiro encontro para
o Café Vitrola, no Benfica. Fui conhecer e achei bastante apropriado para um 1º
encontro. Não era muito grande e lotava no sábado, mas poderíamos reservar
algumas mesas! Fizemos cartazes, que espalhamos pela cidade, depois os
digitalizamos e os espalhamos também no Facebook. Amigos gostaram da ideia.
Sugeriram eventos, páginas, grupos... Eu não tinha experiência nenhuma com
divulgação. Hallen, um amigo ator e diretor de vídeo, era guia de italianos na
Beira Mar e tinha uma vasta e diversificada rede de contatos de
pessoas relacionadas a idiomas e convidou alguns amigos.
Marcamos o evento para 2 semanas depois e demos andamento às
divulgações. No dia 23 de março de 2013, a partir das 17:00, no Café Vitrola,
seria a grande estreia.
Durante a infância e adolescência
nunca fui muito fã de idiomas. Imaginava: “Inútil... Já falo o idioma que
preciso para me comunicar com quem preciso me comunicar. Além do
mais, se for o caso, outros podem traduzir”. Entretanto, no Ensino Médio,
vi dois amigos conversando em inglês, e aquela era a primeira vez que eu via
aquilo, e pela primeira vez me senti atraído por aquelas palavras enigmáticas,
indecifráveis, enroladas e de outro mundo. Eu ficava só olhando tentando
imaginar o que diabos era que diziam. Às vezes, falavam comigo em inglês, e não
me restava mais do que ficar atônito, besta. “Como fazer isso? Como aprender?”
Um deles viveu por 10 anos nos EUA e o outro tinha aprendido por
conta própria, com músicas. Eu pensava: “Seu cérebro é diferente, só pode...
Escuto música americana desde que nasci e não aprendi nada!” Aquele momento indelével
me levou poucos anos depois a me decidir inequivocamente a aprender inglês. Por
acaso, isso foi na mesma época em que meu pai me convidou para estudar
francês com ele na Casa de Cultura Francesa. Eu tinha acabado de entrar no
curso de Engenharia de Energias e Meio Ambiente, EEMA, da UFC, em 2010, na
primeira turma. Então comecei inglês de forma autodidata e francês em um curso.
Vasculhei toda a net em busca de sites, materiais, vídeos, dicas... E, aos
poucos, fui me encontrando. Um site muito mão na roda foi o LingQ. Quando eu
chegava a casa, vindo da engenharia, já à noite, ia direto para o PC ouvir
textos lidos em inglês. Na UFC, descobri que havia grupos de conversação de
inglês, francês e alemão, organizados pelo pessoal dos PETs. Mais tarde fiz parte
de uma iniciativa isolada por um grupo de espanhol, mas durou pouco, não vingou
entre os estudantes. Não me interessava muito por alemão... Mas fazia o
possível para participar de todos... Logo o grupo de alemão também morreu,
todos a víamos como uma língua impenetrável. Mas hoje é um dos idiomas que mais
estudo. Nos grupos de inglês e francês, peguei as artimanhas da real
comunicação. O contato com o idioma falado em situações espontâneas...
discutindo temas diversos.
Os Grupos de Conversação do CT (Centro
de Tecnologia) da UFC (Ultimate Fi... Universidade Federal do Ceará) certamente
foram uma forte influência para o Clube Poliglota Fortaleza, que nasceu naquele
fim de tarde de temperatura amena e clima aprazível do bairro do Benfica, no
dia 23 de março de 2013. Aber aller Anfang ist schwer!
— Georgos Jurobola, que atualmente mora em Brasília,
DF é mochileiro-caroneiro maluco.”
To be continued... Part 3
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